O produtivismo acadêmico se difundiu na década de 1950 nos Estados Unidos da América (EUA) por meio da expressão “publique ou pereça”, sendo que no Brasil, a incursão do tema ocorreu no final dos anos 1970 e, de forma institucionalizada, nos anos 1990. Assim, a pesquisa objetiva analisar o impacto do produtivismo acadêmico nas atividades dos doutorandos dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação no Brasil, com recorte para os programas das regiões sul e sudeste do país. Do ponto de vista metodológico, a pesquisa, de abordagem qualitativa com aporte quantitativo, é de natureza bibliográfica e descritiva. A coleta de dados, junto ao grupo investigado, os doutorandos, ocorre por meio da aplicação de questionário composto por questões abertas e fechadas. Os dados obtidos são tratados por meio da análise de conteúdo por categorias temáticas e cruzamento com a literatura científica. Os resultados dão conta de que os doutorandos reconhecem o impacto do produtivismo acadêmico em suas atividades, marcadas pelas exigências de publicar artigos científicos, falta de tempo de maturação da pesquisa e de dedicação à execução da tese. O grupo pontua que sentimentos de ansiedade, cansaço e preocupação têm impactado suas atividades e vida, sobretudo, agravados desde a pandemia de COVID-19. Conclui que os doutorandos, a partir do conhecimento da lógica produtivista, conseguem perceber as consequências em suas atividades acadêmico-científicas, e que estas vão além, interferindo no tempo que poderia ser dedicado ao lazer, à família e, também, interfere na saúde mental, exigindo que adotem estratégias para tentar minimizar estes impactos.

Palavras-chave: Produtivismo acadêmico; impactos; ciência da informação; doutorandos; pandemia de COVID-19.