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No contexto da cultura algorítmica em que plataformas digitais operam sob a égide da lógica do colonialismo de dados, verificam-se significativas mudanças no processo de percepção e na consolidação da cultura musical. O presente artigo pretende evidenciar os atravessamentos da mediação algorítmica na oferta de conteúdo em plataforma de streaming de música e seus possíveis desdobramentos na reconfiguração do gosto musical. O referencial teórico busca ressaltar o deslocamento da noção de mediação no contexto da cultura algorítmica e seus tensionamentos no consumo cultural. Além disso, procurou-se refletir acerca de como a noção de colonialidade se apresenta em sistemas algorítmicos e de que forma pode impor novos modos de ser, pensar e sentir, impactando diretamente na cultura. Adotou-se a análise de conteúdo para descrição, interpretação, realização de inferências e categorização. Tomou-se como referência empírica a plataforma de streaming de música Spotify. Os resultados sugerem que a mediação algorítmica nas plataformas de streaming de música tende a oferecer conteúdos baseados na similaridade, reduzindo os usuários a mundos pouco permeáveis à diversidade.