Mesmo que os problemas ainda permaneçam, o acesso ao ensino superior por quilombolas é uma conquista. Nesse sentido, as universidades brasileiras adotaram diversas formas de ingresso direcionadas a esses grupos. Na Universidade Federal do Pará, o processo seletivo especial para a comunidade quilombola existe há 10 anos, é um processo que continua em transformação visando minimizar a problemática de permanência, capital cultural, discriminação, rendimento acadêmico, saúde, moradia e renda dos alunos na instituição. Esta pesquisa é um recorte da dissertação de mestrado em Ciência da Informação, e tem o objetivo de mostrar o panorama, as vivências e as práticas informacionais dos estudantes quilombolas na Universidade Federal do Pará ancorado no contexto histórico, social e cultural. É um estudo com abordagem qualitativa, que utilizou para a coleta de dados a entrevista semiestruturada, cuja análise baseou-se na Análise Crítica do Discurso dentro da dimensão prática social. Os resultados indicaram que as Práticas informacionais desenvolvidas pelos estudantes quilombolas tanto no campo acadêmico como nas comunidades são influenciadas por aspectos históricos, sociais, políticos, econômicos e culturais e têm impacto na sua permanência e no seu desempenho no meio acadêmico. Nessa concepção, acredita-se que a permanente discussão e a elaboração de ações e atividades possam direcionar novos caminhos para os discentes quilombolas vinculados à Universidade Federal do Pará.

Palavras-chave: estudantes quilombolas; práticas informacionais; educação superior; análise crítica do discurso.