As mídias sociais contribuem para a disseminação de informações e na conexão entre comunidades, inclusive nas comunidades quilombolas. O objetivo do trabalho é investigar como ocorreu o compartilhamento de experiências e memórias, no Facebook, de sete quilombolas do Quilombo Fátima sob a perspectiva de quando viram o mar pela primeira vez. A pesquisa é descritiva-exploratória e de natureza qualitativa. Adotou-se a netnografia, método investigativo, interpretativo e de imersão para analisar as postagens realizadas no Facebook. Os resultados evidenciaram o papel do Facebook na documentação e no registro de aspectos históricos dos sete quilombolas do Quilombo Fátima, apresentando-se como uma plataforma acessível e confortável. A espontaneidade identificada nas postagens permite emergir uma trama de sentidos e significados, que revelam camadas profundas da identidade dos quilombolas. A memória que se expressa neste contexto se expande em dimensões tentaculares sobre a perspectiva histórica da negritude no Brasil. O estudo permitiu a análise das práticas informacionais de perto e a relação entre tecnologia, cultura e território, especialmente no contexto da negritude. Revelou a importância das mídias sociais como espaço de expressão e a análise dos compartilhamentos como um movimento de valorização das narrativas negras, onde as experiências individuais se conectam com a história coletiva.

Palavras-chave: quilombo; Facebook; informação étnico-racial; práticas informacionais; memória.