Além de artista plástico, o professor Hermano José foi escritor, ativista cultural e colecionador. Em 2015, o benemérito assinou um termo de doação destinando a custódia do seu espólio para a Universidade Federal da Paraíba que, por sua vez, assumiu o compromisso de criar um Museu-Casa de Cultura. O espólio deixado compreende alguns gêneros documentais, no entanto, para realização do nosso estudo, foi preciso delimitar o nosso objeto. Assim, a nossa pesquisa privilegiou o acervo fonográfico, e teve como objetivo geral refletir sobre os documentos sonoros enquanto “lugares de memória”, correlacionando especificamente o seu caráter informacional, memorialístico e cultural. O presente trabalho caracteriza-se metodologicamente como um estudo do tipo documental; de cunho descritivo no que se refere às fontes, e de natureza qualitativa, aqui intentamos tecer um diálogo entre os documentos sonoros e a memória. Quanto aos resultados, abordamos a predileção musical do artista descrevendo algumas especificidades do acervo, tais como: gêneros musicais, artistas que mais se repetem, entre outras particularidades, bem como sua relevância social. Por fim, somos convidados a refletir sobre a cultura material e o potencial informacional que estes documentos carregam, sendo passíveis de ressignificação e tendo muito a nos dizer sobre a relação de Hermano José não apenas com a música, mas também com a memória e a cultura.

Palavras-chave: Hermano José; memória fonográfica; documentos sonoros.