Este trabalho objetiva analisar como o Paradigma Intercultural emergente na Ciência da Informação se inter-relaciona com o Patrimônio Cultural e com a Memória Nacional dos países sul-americanos. Para isso, contextualiza as manifestações empreendidas pelos movimentos sociais em torno dos monumentos históricos considerados polêmicos por homenagearem líderes do período colonial, tidos como heróis em seu contexto histórico, mas que atualmente são considerados dissidentes da história por compactuarem com o escravismo e extermínio de povos ameríndios e afrodescendentes. Foi realizada uma pesquisa exploratória, por meio da revisão bibliográfica, como procedimento metodológico para a construção deste estudo. Apresenta como resultado o contramonumento relacionado aos seguintes personagens históricos: General Julio Argentino Roca (Argentina); Isabel I (Bolívia); Manuel de Borba Gato (Brasil); General Manuel Baquedano (Chile); Sebastián de Belalcázar (Colômbia); Rainha Vitória (Guiana); Francisco Pizarro González (Peru) e Cristóvão Colombo (Venezuela), destacando a contribuição de cada personagem na formação do território nacional e na perseguição aos povos ameríndios e afrodescendentes. Concluiu-se que, para além de retirar os monumentos dos líderes que compactuaram com o extermínio, deve-se visibilizar outros saberes e construtos memorialísticos formados a partir de uma perspectiva não eurocêntrica.

Palavras-chave: Contramonumento; memória nacional; paradigma intercultural.