A mediação da leitura quando realizada a partir de uma conduta ética, o respeito à diversidade cultural, em especial, neste texto, de pessoas negras, pode ser compreendida como um ato de resistência. Nessa conjuntura, o objetivo desta comunicação foi evidenciar as atividades de mediação da leitura desenvolvidas por bibliotecas comunitárias no Estado da Bahia para o fortalecimento identitário de pessoas negras. Quanto à metodologia, trata-se de um estudo de caso múltiplo por considerar bibliotecas comunitárias que estão localizadas tanto nos municípios do interior do Estado da Bahia, quanto aquelas bibliotecas situadas na região metropolitana de Salvador. Para coletar os dados, adotou-se a técnica de aplicação de questionário e para realizar a análise e interpretação das respostas concedidas pelos(as) agentes mediadores(as), foi utilizado uma abordagem qualiquantitativa. A partir da trajetória investigativa, foi possível observar que apesar dos desafios enfrentados pelos(as) agentes mediadores(as) que, perpassam tanto a falta de investimento em bibliotecas comunitárias, quanto, a desconstrução de conceitos discriminatórios, constatou-se que esses sujeitos mediadores estão desenvolvendo atividades fundamentadas na cultura afro-brasileira, o que favorece o fortalecimento identitário de pessoas negras e contribui com a formação de uma sociedade antirracista.

Palavras-chave: biblioteca comunitárias; mediação da leitura; relação étnico-racial; leitura-pessoa negra.