Última alteração: 2024-03-25
Resumo
Considerando as distintas relações que podem ser estabelecidas entre uma biblioteca pública e a comunidade a qual atende e recorrendo às noções de subalternidade e representação formuladas por autores e autoras ligados(as) aos chamados estudos subalternos, o presente trabalho sistematiza os resultados de um estudo realizado em Divinópolis, Minas Gerais/Brasil, cujo foco central foi apreender como se dá o atendimento realizado pela Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago a moradores de regiões periféricas da cidade. Para tanto, a partir de referentes teóricos, históricos e empíricos, buscou-se investigar que ações o poder público local tem formulado para incluir como usuários da instituição pessoas que não a frequentam em função da dificuldade de acesso à sua sede. Aliado a isso, foram retomadas as proposições do Manifesto da IFLA/UNESCO sobre Bibliotecas Públicas a fim de ressaltar a dimensão democrática que ampara as funções sociais e orienta a formulação de serviços por parte dessas unidades biblioteconômicas. Realizou-se, também, entrevistas com servidores lotados na instituição tendo-se em vista identificar iniciativas focadas no atendimento a sujeitos e grupos populacionais subalternizados em função de marcadores de segregação socioespacial. Como resultado indica-se que, apesar de a Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago ser uma das instituições culturais mais importantes do município, em função de processos históricos de subalternização e de segregação socioespacial, grande parte das pessoas e grupos que residem nas periferias da cidade não são contemplados por seus serviços ou atendidos em seus espaços.
Palavras-chave: biblioteca pública – funções sociais; Biblioteca Pública Municipal Ataliba Lago; estudos subalternos; representação; segregação socioespacial.