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DESINFORMAÇÃO: EQUÍVOCO CONCEITUAL OU NEOLOGISMO PARA FALSA CONSCIÊNCIA?
Última alteração: 2024-03-30
Resumo
O que é informação para um sistema pode ser mero ruído para outro. Assim, consideramos que a informação não se distingue a priori de desinformação. Este entendimento destoa do uso habitual do conceito, seja na linguagem cotidiana e midiática, seja nas correntes majoritárias das ciências da informação e da comunicação, onde o paradigma positivista confunde informação com verdade, em oposição à desinformação como mentira. A partir de pesquisa qualitativa do tipo exploratória-explicativa e bibliográfica, o ensaio visa abordar criticamente o problema da desinformação. Fundamentado na economia política da informação e em autores como Wilden, Vieira Pinto, Mészáros e Marx, o texto está dividido em três eixos. No primeiro, analisamos a totalidade dos sistemas abertos pela cibernética de segunda geração, escola que concebe o ruído como expressão dialética da própria informação, diferentemente do legado lógico-formal da teoria matemática da comunicação. Em suma, a significação será definida pela mediação de um código - no caso da hegemonia atual, o valor de troca. Na segunda parte propomos que a desinformação, ao se apresentar como variedade organizada, também se constitui como matéria informativa, pois produz significação de mundo em um determinado contexto. No último eixo debatemos os limites da verdade pela teleologia da luta de classes, já que as formas de consciência não são individuais, mas condicionadas pelas determinações materiais da sociedade, permeadas por processos de alienação e falsa consciência. Os resultados confirmam a aplicabilidade da hipótese inicial, apontando caminhos para reflexões futuras em consonância com a teoria dialética da informação.
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