A Comissão Nacional da Verdade apresentou esclarecimentos sobre as graves violações de direitos humanos sofridas por Chael Charles Schreier durante o período da ditadura militar (1964-1984). Esta pesquisa objetivou analisar as fontes de informação recuperadas pela Comissão Nacional da Verdade no caso de Chael, com base no volume 3 do relatório final, considerando a proveniência, a tipologia e o conteúdo, por meio das citações. Quanto ao percurso investigativo, a comissão analisou as fontes produzidas pelo Departamento de Ordem Política e Social, Serviço Nacional de Informação, Instituto Médico Legal, artigos de jornal, ação ajuizada pela família, testemunhos de vítimas e depoimentos de peritos e agentes da repressão. Foi identificada a produção de novas fontes de informação: representada pelo registro dos testemunhos considerados testis e superstes, como no caso de Antônio Espinosa, vítima da violência infame e testemunha das torturas sofridas por Chael. E pelo depoimento do perito, disposto na categoria arbiter que analisou os laudos e confirmou que as informações descritas na certidão de óbito eram falsas. Concluiu-se que as torturas praticadas pelos militares foram a causa da morte de Chael. Outro aspecto fundamental foi a identificação desses agentes da repressão que cometeram os crimes, os quais ainda não foram condenados devido à Lei de Anistia no 6683/1979. Esta lei promove um esquecimento comandado e a impunidade pelos crimes praticados durante a ditadura, resultando em um apagamento da memória com impactos significativos no presente.

Palavras-chave: fontes de informação; Comissão Nacional da Verdade; ditadura militar.