O estudo integra investigações que têm a finalidade de contribuir com o campo da Biblioeducação, tendo como objeto relações entre a biblioteca pública e populações vulneráveis, com ênfase nas pessoas em situação de rua, a fim de contribuir na construção de referenciais à formulação de dispositivos orientados pela noção de democracia cultural. Sob a hipótese de que bibliotecas calcadas sobre modelos e paradigmas difusionistas desconsideram a participação dos diferentes grupos nos processos de constituição da memória cultural do país, esta pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, inclui pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo. Apresenta-se, no presente trabalho, resultados parciais de questionário visando identificar ações e práticas realizadas por bibliotecas públicas das capitais brasileiras, tendo em foco a referida população. Das 256 bibliotecas públicas das capitais brasileiras, somente 27 responderam ao questionário, indicando baixo índice de atendimento às pessoas em situação de rua e de realização de práticas culturais a este público. Algumas razões alegadas permitem constatar, ainda que preliminarmente, a concepção de biblioteca pública mantém-se fixada em parâmetros que excluem perfis que não se enquadrem a modelos de públicos tidos como tradicionais, confirmando hipóteses que estão na base da pesquisa.