Sistema Eletrônico de Administração de Conferências ANCIB, XXIII ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

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PRÁTICAS INFORMACIONAIS EM GRUPOS ANTIVACINA DO TELEGRAM: UM ESTUDO COM SUJEITOS QUE NÃO ADERIRAM À VACINAÇÃO CONTRA COVID-19
Carolina Costa Gonzaga, Carlos Alberto Ávila Araújo

Última alteração: 2024-03-25

Resumo


Compreender as práticas informacionais dos sujeitos integrantes de grupos com a temática antivacina do Telegram a partir do cenário da pós-verdade, identificando os significados de vacina e como são construídos, bem como os fatores para a não aderência a ela e a caracterização das principais autoridades cognitivas que legitimam a postura antivacina nesses grupos. Método netnográfico, observacional, análise de conversação dos sujeitos em chats antivacina do Telegram. O viés cognitivo presente na cultura da pós-verdade — necessidade de reforçarem suas convicções prévias sobre a vacina — foi identificado como fator inerente para integração dos sujeitos em tais grupos. Nestes, apresentaram ações de negociação da informação permeados por fontes e referências de conteúdos desinformativos veiculados em grande quantidade nos grupos e canais que estão inseridos. A análise das conversas a partir desses fatores revelou que as práticas informacionais destes sujeitos são produtos das interações entre fontes de informação e significados de vacina que os próprios sujeitos produzem e moldam para reforçarem suas crenças sobre ela. Foram identificados quatro termos que permeiam seu significado (experimento, veneno, vassassina e ser inoculado) e que estes são negociados pelos sujeitos nos grupos a partir de fontes e referências que consideram idôneas, dentre eles as autoridades cognitivas (categorizadas em política, da saúde, jornalística, economista e esportista). Em complemento às autoridades cognitivas, outros elementos como o viés cognitivo e a maneira como negociam tal significado foram entendidas como parte das práticas informacionais destes, imprescindíveis para que eles se mantenham negligentes em relação à vacina em suas bolhas.

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