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A pandemia da Covid-19 evidenciou o uso ideológico das construções narrativas, em meio à polarização política que, nas últimas décadas, cinde o Brasil. Tal cenário jogou luz sobre a ascensão de uma extrema direita que ditou estratégias próprias para a condução da crise sanitária, pautada na sustentação do negacionismo à ciência e às políticas sanitárias de combate ao Sars-CoV-2 – a exemplo da resistência à vacina, do incentivo ao uso da hidroxicloroquina, da minimização da doença e do boicote ao uso de máscaras e às medidas de distanciamento social. Desse modo, este artigo apresenta uma reflexão teórica de natureza básica e do tipo exploratória, com delineamento bibliográfico e abordagem qualitativa, acerca da relação entre discurso e ideologia na condução negacionista da pandemia da Covid-19, no Brasil, sob o governo de Jair Bolsonaro. Com isso, é possível contribuir com as discussões acerca dos impactos da necropolítica, fundamentada em discursos de ódio e em práticas autoritárias, e iniciar um debate sobre o papel da informação e da ideologia como possíveis Determinantes Sociais de Saúde.