Última alteração: 2025-02-09
Resumo
Situado nos Estudos Críticos da Branquitude, a pesquisa propõe uma reflexão sobre a estrutura informacional vigente de exclusão à existência autista em sua dimensão plural e interseccional. Especificamente, discorre sobre as estruturas de poder, com enfoque racial, na vida e na identidade da pessoa autista. A partir dos conceitos de interseccionalidade, em Kimberlé Crenshaw, de branquitude, em Lourenço Cardoso e Cida Bento, de princípio de ausência nos estudos informacionais, em Franciéle Garcês-da-Silva, investiga se a ciência brasileira aponta para a estrutura de privilégio branco que incide nas comunidades autistas e no próprio fazer científico. Caracteriza-se como um estudo exploratório, quanti-qualitativo, de procedimento bibliográfico-documental. Metodologicamente, apresenta os resultados iniciais de uma revisão narrativa de literatura, em língua portuguesa, nas bases de dados científicos Catálogo de Teses e Dissertações da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações, SciELO, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Base de Dados em Ciência da Informação e no periódico científico Revista Neurodiversidade, dedicado ao Transtorno do Espectro Autista. Por meio de qualificadores orientados ao racismo e à vantagem racial branca, foram obtidos 33 (trinta e três) documentos, dos quais 07 (sete) foram considerados aderentes ao tema geral. À luz de teorias críticas da Organização do Conhecimento e da noção de injustiça epistêmica hermenêutica, de Miranda Fricker, observa aparente escassez de pesquisas científicas sobre o autismo racializado, especialmente da perspectiva da branquitude.