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A pesquisa discute o conceito de “biblioteca viva” e as noções por este manifestadas, a saber, “escrita”, “escrita do som” (registro sonoro), “memória”, “existência”, “técnica”, “verdade” e “conhecimento”, como categorias centrais evocadas nas indagações remotas e contemporâneas de uma filosofia da informação baseada na filosofia da escrita e ressignificadas diante dos fenômenos sociotécnicos da fonografia. Para isso, o texto desenvolve a teorização de questões imersas na condição do documento sonoro, como existência e verdade, a partir dos efeitos da relação entre os sentidos na filosofia da escrita e do impacto social da fonografia e das instituições e plataformas edificadas para guarda, circulação e consumo do som. O percurso da investigação atravessa os vínculos entre som e realidade evidenciando o embate filosófico entre verdade e crença na existência via ambiência e experiência sonoras. A memória é colocada no centro das discussões sobre verdade e falsidade por meio do conceito de fonocentrismo. Como desenho empírico das teorias do e sobre o som, este trabalho define e discute a institucionalidade dos antigos arquivos da fala, mais diretamente ligada ao discurso da “biblioteca viva”, e fenômenos recentes associados a práticas de escuta, como plataformas e conteúdo de podcasts. Com isso, elabora-se uma reflexão final do documento sonoro como mais um marco conceitual da construção epistemológica de nosso campo e do conceito de memória, integrando o quadro de inflexão sobre as questões de verdade, existência e técnica segundo a questão material da escrita do som, também considerada uma escrita da vida edificada pelo amálgama do “eu” com um “outro”.