Tamanho da fonte: 

Esse artigo tem o objetivo de apresentar dois patrimônios industriais edificados da cidade do Rio de Janeiro, que se encontram em situação de abandono e de que maneira podem adquirir novos usos, atendendo às diversas demandas da sociedade contemporânea como habitação, lazer, cultura, educação etc. Construídas nas primeiras décadas do século XX, essas instalações tiveram no passado, importante participação no desenvolvimento industrial da cidade. Tombadas pelos órgãos de preservação do patrimônio cultural na esfera estadual e municipal, foram selecionadas a partir do Guia do Patrimônio Cultural Carioca (2014). A fundamentação teórica apresenta duas linhas de discussões com pontos de vista diferenciados, buscando, entre elas, um denominador comum: a primeira defendida por Varine (2012) e Bergeron e Dorel-Ferré (1996), na valorização dessas edificações para novas funções, permitindo a esses espaços uma “segunda vida”; e a segunda, defendida por Meneguello (2011) e Kühl (2008). Meneguello acredita que esses novos usos buscam limpar, ordenar e apagar memórias que podem ser chamadas de difíceis e Kühl chama a atenção para as restaurações desses espaços, enfatizando que mudanças não controladas levam a perdas irreparáveis. Em termos metodológicos, utilizamos o processo analítico, priorizando num primeiro momento a observação “in loco” dessas edificações para, em seguida, trabalharmos a pesquisa bibliográfica sobre essa categoria de patrimônio (industrial). As considerações finais apontam que deve haver uma conciliação, entre não negligenciar parte importante da história da industrialização e do trabalho carioca através dessas edificações e atender às demandas da sociedade atual.

Patrimônio industrial; Preservação; Rio de Janeiro; Conversão funcional