Última alteração: 2022-12-09
Resumo
A partir da pergunta: Como a Interculturalidade crítica pode ser inserida na Organização do Conhecimento? Este estudo pretende refletir sobre o diálogo entre a Interculturalidade e a Organização do Conhecimento a partir dos principais referenciais teóricos das produções científicas da pedagoga Catherine Walsh e da bibliotecária Natalia Duque Cardona. O corpus bibliográfico foi composto por artigos científicos, livros, capítulos de livros e outras bibliografias produzidas no campo bibliotecário-informacional. Foi possível observar que a Interculturalidade crítica de Walsh e a abordagem intercultural de Duque Cardona nos convocam a revelar e denunciar o processo de invisibilização das culturas e nos desafiam a criar formas de enfrentar essa forma de colonização cultural. Nossa crítica ao confronto se localiza justamente nas orientações teóricas que sustentam as construções dos SOCs, a construção desses instrumentos que representam formalmente o conhecimento. Cada cultura produz e transmite seu conhecimento da forma que lhe é peculiar. O desafio é, como propõe Duque Cardona, evidenciar as formas de produção, organização e transferência de saberes dos mais variados povos, especialmente aqueles que compõem a população originária e que se subordinaram em detrimento da supervalorização das formas de organizando o conhecimento. dos colonizadores. Por fim, consideramos que prática bibliotecária apoiada pela reflexão crítica através da interculturalidade permite determinar acerca dos saberes referenciados na construção epistemológica da BCI e proporcionar a visibilização de conhecimentos, pensamentos e suas formas de produção, organização e transferência de diferentes povos, em especial, a população originária.