Tamanho da fonte:
(TECNO)LÓGICA DO ENTRETENIMENTO CONSTANTE: CAPITALISMO E VIGILÂNCIA NA INFÂNCIA
Última alteração: 2023-11-10
Resumo
É perceptível a ampliação dos papéis desempenhados por crianças na lógica acumulativa do capitalismo de vigilância, sob a qual os primeiros anos da vida humana se tornam espaço vulnerável para práticas de exploração comercial. Dispositivos como smartphones, tablets e smartTVs, hoje presentes desde o nascimento e de forma ubíqua, tendem a naturalizar-se, criando um “outro” sempre presente, com impactos nos fazeres lúdicos, práticas de sociabilidade e percepção do mundo das crianças. Este trabalho tem como objetivo principal contribuir para a compreensão desses impactos nos processos de formação do pensamento autônomo e crítico. Como objetivos específicos, visa-se: 1) esquematizar a operação de mecanismos de captura da atenção e modulação comportamental; 2) problematizar essas dinâmicas enquanto fator de dominação e mediação da informação e 3) estimular a práxis emancipatória, com vistas à autonomia informacional dos sujeitos desde a infância. Por meio de metodologia baseada em pesquisa bibliográfica e achados empíricos, tendo a plataforma YouTube como objeto de investigação, tem-se como resultado a apreensão da dinâmica aqui nomeada como (tecno)lógica de entretenimento constante. A conclusão aponta que as experiências informacionais mediadas pelos dispositivos do capitalismo de vigilância tendem a prejudicar o desenvolvimento da autonomia e do pensamento crítico na infância, contribuindo para aprofundar a atual epidemia de desinformação.
Palavras-chave
Capitalismo de vigilância; Entretenimento; Infância; Pensamento Crítico; Autonomia
Texto completo:
PDF