Sistema Eletrônico de Administração de Conferências ANCIB, XXI Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação

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RUBENS BORBA POR UMA BIBLIOTECONOMIA EMPENHADA E ANTROPOFAGISTA
Silvana Arduini, Edmir Perrotti

Última alteração: 2021-10-25

Resumo


Este artigo apresenta um recorte dos resultados de pesquisa de doutorado sobre a formação da Biblioteconomia brasileira como campo social. Investiga as contribuições de Rubens Borba de Moraes, participante ativo do grupo de idealizadores da Semana de Arte Moderna, de 1922, em São Paulo, no processo de institucionalização da Biblioteconomia. A pesquisa foi realizada em acervos ligados à atuação de Rubens Borba de Moraes, figura emblemática da Biblioteconomia brasileira, sobretudo no período entre os anos 1935 e 1948. Para a leitura dos documentos utilizamos a análise de conteúdo. Como resultado, verificamos que o projeto encabeçado por Moraes era parte de um movimento amplo que visava afirmar a Biblioteconomia como um campo políticocultural essencial à constituição de um país moderno, onde bibliotecas e bibliotecários são participantes ativos e indispensáveis à construção da vida social. Por outro lado, ele é porta-voz de uma dinâmica que problematizou a redução da biblioteca a depósito de memórias e conhecimentos com poucos vínculos orgânicos com a sociedade brasileira em sua complexidade e singularidade. Apoiado por Mário de Andrade, Moraes encarna um projeto biblioteconômico que coloca a memória cultural como parte fundante da vida do país, compreendida não como categoria estática e cristalizada, mas como “memória em ação”. Ao dialetizar as relações técnica e política, o nascente campo biblioteconômico brasileiro conjugou técnicas de procedência norte-americanas à orientação preservacionista, de origem francófona, num movimento antropofagista de democratização cultural que significou um novo modo de fazer e de pensar não só a biblioteca, mas a Biblioteconomia e o próprio país

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