Última alteração: 2021-12-13
Resumo
O problema da acessibilidade de pessoas com deficiência ficou agudizado com a pandemia do COVID-19. Atualmente, a Web é a principal tecnologia de informação e comunicação, por meio da qual pessoas acessam informações e serviços, e a falta dessas informações ou desses serviços pode causar consequências graves. O objetivo deste trabalho é avaliar a acessibilidade dos sítios ou portais dos 645 municípios do Estado de São Paulo, com base nas diretrizes para conteúdo Web, e utilizando o software Avaliador e Simulador de Acessibilidade em Sítios (ASES), do Governo Federal. Dessa forma, procura-se responder aos seguintes questionamentos: em que níveis de promoção de acessibilidade os municípios do Estado de São Paulo impulsionam o princípio da inclusão? Como potencializar os ganhos do hibridismo informacional na Web com base na promoção da acessibilidade? Para responder às questões norteadoras, fez-se uma pesquisa bibliográfica e documental. A análise priorizou somente os erros de acessibilidade nas seis categorias do Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico. Desse modo, 547 sítios tinham 34944 erros de marcação, 469 tinham 2235 erros de comportamento, 548 tinham 40397 erros de conteúdo, 133 tinham 1 erro de apresentação, 362 tinham 766 erros nos formulários, e não foi identificado nenhum erro de multimídia. A quantidade de erros identificados demonstra que, em alguns casos, as diretrizes de acessibilidade não são seguidas à risca. No atual cenário da pandemia de COVID-19, por poucos que sejam os problemas de acessibilidade e usabilidade, informações importantes, por exemplo sobre protocolos sanitários ou vacinação, podem ser perdidas por usuários com deficiência, agravando a sua exclusão. Conclui-se que o primeiro passo potencializar os ganhos do hibridismo informacional na Web com base na promoção da acessibilidade é reconhecer que a atual estrutura social é caracterizada pela concomitância entre híbridos de natureza e cultura diferentes, com actantes humanos e não humanos. Em seguida, mapear os diferentes agentes heterogêneos, a partir dos seus relatos e da sua figuração. A compreensão da completude da usabilidade e acessibilidade requer a avaliação humana e os testes de usuário; por isso, pesquisas futuras nessa direção se tornam necessárias, envolvendo a participação de usuários com deficiência e o uso de softwares de rastreamento ocular.