Sistema Eletrônico de Administração de Conferências ANCIB, XXI Encontro Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação

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“Estado de mediação”, Autismo e a circulação da informação no Censo
Fernanda Valle, Marcia Quintslr, Gustavo Saldanha

Última alteração: 2021-12-07

Resumo


A quantificação e a caracterização das pessoas autistas constituem lacunas das estatísticasoficiais brasileiras diante da necessária mediação da informação voltada a esse público, perpassandoinstituições informacionais, Estado e sociedade civil. Preenchê-las é consistente com os Objetivos doDesenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas. No Brasil hámobilização para a investigação do autismo através do Censo Demográfico. O artigo, a partir de umaabordagem teórico-conceitual, analisa a pertinência desse mapeamento, considerando acomplexidade da mediação, circulação e apropriação da informação estatística no escopo do logosinformacional autista. Sustentam a análise, o enfoque crítico ontológico dos conceitos de “informe”,de Menezes, e de sujeito informacional, de Rendón Rojas. Discute-se a dimensão sociopolítica daconstituição do ser autista dentro do universo da informação e, portanto, da necessária mediçãoestatística, aqui inserida na macro-discussão da mediação informacional. Sob essa dimensão se associaàs estatísticas a categoria de uso da informação “constitutivo da sociedade”, proposta por Braman. Anoção de informação a partir de Dantas, Wilden e Vieira Pinto, bem como o pensamento crítico emdemografia deste último, abarca a circulação e a apropriação social das estatísticas. Este complexo deabordagens e autorias conduz à metáfora-ferramenta “Estado de mediação” para discutir o “informe”da condição autista na pólis, permitindo identificar que o Censo requer complemento por outras fontespara a circulação de informação para propiciar a desejada visibilidade ao autismo ainda que imerso namacro representação política das existências.

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